O Projeto "Brasil Indizível" nasceu de um bate papo informal entre dois amigos, fotógrafos profissionais, que perceberam idéias muito semelhantes pipocando em suas cabeças: levar fotógrafos, apaixonados por viagens e fotografia, para conhecer recantos belíssimos, fotogênicos e indescritíveis. Proporcionarmos uma visão mais densa do nosso país e do mundo, com imersões fotográficas que consigam equilibrar o aspectos turístico e social por locais que não conseguimos explicar, locais impossíveis de serem traduzidos em palavras, locais extraordinários, locais raros: o Brasil Indizível.
Uniram seu conhecimento em viagens e somaram suas trajetórias profissionais distintas, fazendo disso um trunfo para montar roteiros focados na experiência de conhecer locais belissimos sem deixar de lado o prazer de viajar e fotografa-lo.
Em toda expedição do Brasil Indizível:
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Pelo menos uma bolsa de participação no projeto será sorteada entre a comunidade local.
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Sempre que possível, o envolvimento da comunidade local será valorizado.
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Sempre que possível, um artista local será convidado para um bate papo conosco.
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Nosso desejo é que nossas expedições não sejam apenas pontuais, e sim que revisitemos os locais com constância.
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Em todas elas, faremos uma exposição local, preferencialmente em área pública e gratuita, para aumentar essa troca de experiência entre os fotógrafos e os fotografados.
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Parte do acervo de fotos e vídeos feito será disponibilizado gratuitamente para pessoas que fomentem o turismo local.
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Uma exposição coletiva anual será feita na Galeria Festina Lens, localizada dentro do Criadouro Carioca, no Rio de Janeiro.
Varal fotográfico pelo segundo dia consecutivo em Taperoá. PB.
Entrevista a rádio local, Taperoá, PB
"A sensação que tenho é que o país, apesar de todos os avanços, necessita ser sempre redescoberto. Seu espírito muitas vezes eclipsado não se revela através de um retrato fácil e monolítico, algo que o passado tenha registrado e nos seja visto como definitivo, pronto. Tudo está em eterno movimento. Isso traz contradições e muita vida. Penso na frase de Guimarães Rosa: “O Brasil é indizível”. Esta reaproximação com a brasilidade vai desde uma paisagem que não está ali apenas como cartão postal, mas sim como território dramático, onde o interior dos personagens se reflete naquela geografia, indo até às coordenadas culturais, o uso e os costumes do povo. Tudo se espelha e se completa traduzindo um mundo de invenção e memória que se traduz na fabulação.
“Ao nos colocarmos diante da beleza, nos deparamos com a Morte”. Sinto estas forças contraditórias quanto mais pesquiso a tal brasilidade. Não há refúgio. Ela é indizível, não tem apenas uma cara ou um nome. Somos multifacetados. Onde quer que se esteja, qualquer região, perceberemos sempre o espírito barroco dos contrários, das volutas nos elevando e nos soterrando. Somos um país profundo."
Luiz Fernando de Carvalho
diretor com trabalhos como Hoje É Dia de Maria, Lavoura Arcaica, A Pedra do Reino (gravada em Taperóa) e O Velho Chico.
